Muitas culturas antigas testemunham que as pessoas nos velhos tempos já tinham ideias sobre a vida após a morte e sobre deixar o corpo durante as experiências de quase morte. Em particular, essas referências podem ser encontradas nos primeiros textos da época de Jesus Cristo.
Avaliando a vida de Jesus em termos de sua personalidade histórica e as evidências documentadas de sua vida nos Evangelhos, o pesquisador alemão Thomas Fuhrmann apresentou uma hipótese interessante. Ele sugere que a missão de Jesus pode ter sido uma consequência de uma profunda experiência de quase morte no início de sua vida. Fuhrmann analisou as declarações de Jesus na escala de Grayson – usada na comunidade científica para avaliar a experiência de quase morte – e descobriu que elas correspondiam a muitos dos critérios da escala.
Referindo-se a citações dos Evangelhos, o pesquisador chama a atenção para o fato de que Jesus viu uma luz brilhante, comunicou-se diretamente com Deus (viu e ouviu coisas do outro mundo), teve ideias sobre eventos futuros (previsão) e exortou seus discípulos a avaliarem suas ações do ponto de vista do Reino dos Céus, ou vida após a morte. Ele também pregou a paz e o amor, e sentiu uma sensação de unidade com o mundo, a natureza e Deus – sensações características de pessoas que passaram por uma experiência de quase morte.
Jesus contrastou a carne e o espírito (dualismo mente-corpo), o que também pode indicar que ele teve uma experiência de deixar o corpo. Mas a combinação mais interessante é o critério de passar o “ponto sem volta” na escala Grayson, afinal, Jesus estava plenamente convencido de que Deus o havia enviado à Terra para cumprir sua missão. Esta declaração guarda uma clara semelhança com o testemunho de pessoas que tiveram experiências de quase morte, que afirmam que foram enviadas de volta à Terra para concluir suas tarefas.
Você acha que Jesus poderia ter tido uma profunda experiência de quase morte que se tornou o ponto de partida de sua fé?
O estudo foi publicado no European Journal of Science and Theology em outubro de 2020.