Os cientistas vêm estudando os efeitos das fragrâncias em humanos há muito tempo. Os odores podem melhorar o bem-estar, mudar o humor e até ajudar na depressão. Determinados odores foram encontrados para aumentar a concentração e a memória. Um experimento de cientistas alemães liderado por Michael Schredl em 2014 examinou mais uma propriedade da função olfativa.
Durante esta experiência, os autores apresentaram aos participantes duas séries de imagens de áreas urbanas e rurais. As fotos foram combinadas com dois aromas diferentes – sulfeto de hidrogênio para a cidade e o perfume de rosas para o campo. Os participantes foram expostos aos odores durante a vigília e novamente durante o sono REM. O perfume natural de rosas perfumadas causou reativação da memória na maioria dos participantes. Sob a influência do perfume, os voluntários viram uma paisagem rural em seus sonhos.
Em 2020, esse experimento serviu de base para um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de Berna, na Suíça, liderados por Daniel Erlacher. Desta vez, os pesquisadores usaram aromas para induzir sonhos lúcidos. Dezesseis participantes passaram uma noite em um laboratório do sono. O odor experimental foi fornecido a eles através de uma máscara especial durante a vigília e o sono REM matinal. A fragmentação do sono foi combinada com técnicas de teste de realidade usando o perfume.
Contrariamente às expectativas dos cientistas, o procedimento induziu sonhos lúcidos em apenas dois dos participantes, o que não é um efeito significativo o suficiente para atribuí-lo à técnica experimental. No entanto, apesar dessa decepção, a equipe está confiante de que as técnicas de estimulação olfativa ainda podem produzir resultados no futuro. De acordo com os autores, o experimento falhou devido a uma série de erros de procedimento, que planejam corrigir no futuro.
Se tiverem sucesso, abrirá um novo campo para a pesquisa na indução de sonhos lúcidos. Quais aromas você acha que seriam eficazes para provocar sonhos lúcidos?
O estudo foi publicado em agosto de 2020 na revista Consciousness and Cognition.