A paralisia do sono (PS), juntamente com sonhos lúcidos e experiências fora do corpo, é um dos estados da FASE, que às vezes pode ser uma experiência desagradável. Ocorre ao adormecer ou ao acordar: o cérebro está acordado, mas o corpo está paralisado. Muitas vezes, isso é acompanhado por alucinações, palpitações, peso no peito, ansiedade e até medo de morrer. O termo “paralisia do sono isolada” é usado quando a PS não é um sintoma de alguma outra condição (narcolepsia, uso de substâncias, etc.).

Pesquisadores da Polônia e do Reino Unido (Wróbel-Knybel, Rog, Jalal, Szewczyk e Karakuła-Juchnowicz) se interessaram ​​em saber se a paralisia do sono pode estar relacionada ao estresse. Os autores decidiram estudar bombeiros, uma vez que esta profissão acarreta grande estresse físico e psicológico. Entre os bombeiros, 37–70% sofrem de vários distúrbios do sono (para pessoas em outras profissões, esse número é geralmente a metade).

Os pesquisadores entrevistaram 831 pessoas por meio de um questionário online. Os resultados mostraram que 72 participantes experimentaram pelo menos um episódio de paralisia do sono em sua vida. Portanto, o percentual de bombeiros com PS é maior que na população em geral (8,7% vs. 7,6%).

O transtorno de estresse pós-traumático (TSPT) é uma causa comum de paralisia do sono: até 70% das pessoas que sofrem de TSPT sofrem de distúrbios do sono. Isso pode explicar o motivo pelo qual a prevalência de SP entre estudantes é de 28,3%, entre pacientes psiquiátricos – 31,9%, e entre afro-americanos – 40,2%. Como acrescentam os autores, é muito importante identificar grupos de risco para fornecer assistência oportuna.

O artigo foi publicado em setembro de 2021 no International Journal of Environmental Research and Public Health.

One thought on “Paralisia do Sono como uma Reação ao Estresse: Grupos de Risco”
  1. Ao se defrontar com um evento estressor, o organismo tende a ter uma resposta de estresse que pode ser aguda e momentanea ou pode ser cronica (McEwen Lashley, 2004). Na resposta de estresse agudo, sendo essa definida como um estado transitorio de excitacao, com inicio e fim claros, o organismo tenta se adaptar da melhor forma possivel ao evento estressor. Na situacao de estresse cronico, ou seja, durante o estado continuo de ativacao em que o individuo percebe as demandas do ambiente como sendo superiores aos recursos internos e externos disponiveis, o organismo precisa estar constantemente pronto para a situacao de perigo a qual foi ou continua sendo submetido (Gerrig Zimbardo, 2005; McEwen Lashley, 2004). No TEPT, especificamente, o individuo tem uma sensacao presente de ameaca (Ehlers Clark, 2000), ficando em alerta constante. Dessa maneira, o organismo permanece num estado cronico de estresse, ativando um padrao de respostas para lidar com estimulos no ambiente interpretados como ameacadores (Yehuda LeDoux, 2007). Historicamente, por volta de 1970, psiquiatras americanos comecaram a fazer grupos com veteranos da Guerra do Vietna (Schestatsky colaboradores, 2003; Sher, 2004). A partir da difusao desses grupos e da literatura desenvolvida na epoca, pesquisadores organizaram uma lista dos sintomas mais comuns observados nas “neuroses traumaticas”, denominacao dada anteriormente para os quadros de estresse pos-traumatico (Lifton Olson, 1976). Nessa epoca, surgiu a necessidade de um diagnostico que abarcasse essa categoria de individuos previamente saudaveis que desenvolviam reacoes sintomaticas particulares e persistentes apos a vivencia de um determinado evento estressor (Kristensen, Parente Kaszniak, 2005). Desse modo, foram introduzidos na literatura cientifica os criterios diagnosticos contidos na 3? edicao do

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