Uma experiência fora do corpo (EFC) ocorre quando uma pessoa olha para o mundo de um ponto fora de seu corpo físico. Há muitas informações não comprovadas sobre esse fenômeno. É frequentemente associado a lesões cerebrais variadas, distúrbios mentais, estados emocionais graves, experiências de quase morte, uso de substâncias, enxaquecas, epilepsia, etc.
Cientistas da Índia (Mudgal, Dhakad, Mathur, Sardesai e Pal) analisaram o caso de um menino de 15 anos. O jovem em questão estava em um quarto de hospital com médicos que faziam perguntas sobre seu estado atual. Então, segundo o adolescente, ele sentiu outra pessoa ocupar seu corpo enquanto ele próprio voava para o teto. Ele tentou voltar ao corpo, mas não conseguiu. Este episódio durou de 10 a 15 minutos. Seu corpo estava respondendo a todas as perguntas dos médicos, mas não estava sob seu controle, como o paciente relatou mais tarde.
O mesmo adolescente experimentou mais tarde um segundo episódio de EFC, semelhante ao primeiro. Ele estava em um estado de transe: sua voz mudou, ele parou de cecear (um problema de fala do qual costumava sofrer) e, novamente, respondeu brevemente a todas as perguntas em voz alta. Depois de alguns segundos, ele estava gritando repentinamente, mas acabou se acalmando. Posteriormente, ele declarou: “abaixo de mim, vi meu corpo, deitado de fora na cama e o médico que estava perto de mim fazia algumas perguntas”.
Nenhum sinal das doenças graves listadas acima foi encontrado no adolescente. Porém, havia problemas na família (ausência da mãe, educação dura do pai, tentativa de fuga de casa). O diagnóstico final foi transtorno dissociativo de identidade e depressão.
Como acrescentam os pesquisadores, os transtornos dissociativos são uma batalha entre o consciente e o inconsciente, quando uma pessoa não consegue suprimir uma experiência traumática, ou a experiência reprimida vem à tona, o que leva a uma percepção alterada.
O artigo foi publicado em agosto de 2021 na revista Cureus.
