Um grupo de cientistas da Dinamarca e da Bélgica, em um estudo recente, propôs a hipótese da tanatose como a base evolutiva das experiências de quase morte (EQM). A tanatose é uma simulação de morte: a imobilidade e o silêncio são reações naturais ao perigo experimentado por muitas criaturas vivas, de insetos a coelhos, ratos e humanos. Essa é, antes de tudo, uma forma de espantar os predadores que evitam carniça. Em segundo lugar, sacrificar-se pelo bem da sobrevivência do grupo também tem um valor evolutivo.

Intrigado com esses argumentos, o pesquisador americano Kevin Nelson, da University of Kentucky, publicou um artigo que os expande. Como Nelson acrescenta, o fio condutor de muitas histórias sobre a morte clínica é a atonia — ou, em outras palavras, a perda de força e imobilidade. Quase todos os casos relatados de EQM ocorrem quando a pessoa está deitada, em vez de sentada, em pé, caminhando ou correndo.

A principal característica das EQM, entretanto, é o início do sono REM (a fase do movimento rápido dos olhos). Em pessoas que estão à beira da morte, os processos responsáveis ​​por induzir essa fase são ativados. Além disso, a simples crença de que uma pessoa está enfrentando a morte é suficiente para gerar experiências que são quase indistinguíveis das EQM.

Os mecanismos do sono REM também têm uma conexão com a função cardiopulmonar. Sua estimulação, como explica Nelson, desencadeia reflexivamente o REM em animais e promove fortemente o REM em humanos. Este é, portanto, outro estudo que confirma a conexão entre os estados que chamamos de estados da FASE (um termo que combina sonhos lúcidos, experiências de quase morte e experiências fora do corpo, etc.).

O artigo foi publicado em julho de 2021 na revista Brain Communications.

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