O uso de sonhos lúcidos (SL) para aumentar ou estudar a criatividade, obviamente, não é novo. Mas os relatos sobre o tema entre cientistas, na 37ª Conferência Anual da Associação Internacional para o Estudo dos Sonhos, podem ser considerados mais um passo na transição dessa prática ao nível da pesquisa científica.

Tzivia Gover, por exemplo, discutiu SL como uma ferramenta para melhorar as habilidades de escrita. Uma das práticas que ela considera mais importante para sua escrita é manter um diário de sonhos. Citando escritores e poetas famosos, a palestrante aconselhou as pessoas criativas a começarem a trabalhar logo ao acordar, enquanto o cérebro está meio adormecido. Muitos autores, acrescentou Gover, descrevem o estado de fluxo em momentos de insight criativo, que se assemelha a devaneios lúcidos.

Outra pesquisadora, Angel Morgan — fundadora e diretora do Dreambridge — falou em combinar sonhos lúcidos, criatividade e psicologia em seu trabalho. Morgan oferece workshops sobre psicodrama de sonho, em que os participantes se tornam atores em suas cenas de sonho, reescrevendo e redirecionando o enredo do sonho para fins positivos.

Um exemplo interessante de aplicação da experiência SL com base em tecnologias modernas foi apresentado pela artista Sheila Asato. Em 2016, o Google criou a ferramenta “Tilt Brush”, que permite aos usuários desenhar pinturas 3D em realidade virtual. Sheila experimentou essa tecnologia e, eventualmente, começou a praticar os sonhos lúcidos, que responderam à nova forma de arte. No REM5 Virtual Reality Lab, a artista foi até chamada de “Artista Residente nos Sonhos”.

Você já tentou usar a prática de SL para fins criativos?

Os resumos dos relatórios da conferência foram incluídos no suplemento do Vol. 14 do International Journal of Dream Research.

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