Cientistas holandeses do Instituto Donders para Cérebro, Cognição e Comportamento, em Nijmegen, publicaram um novo estudo sobre o treinamento de indução de sonhos lúcidos usando realidade virtual (RV). Os resultados geraram um debate sobre a eficácia de tais técnicas.

O estudo, conduzido por Jarrod Gott et al., envolveu 39 pessoas que foram divididas em três grupos: o grupo de RV; o grupo de controle ativo (ensinado a induzir sonhos lúcidos usando técnicas clássicas); e o grupo de controle passivo (que não utilizou as técnicas clássicas, nem a RV).

Os voluntários do grupo de RV, que não tinham experiência anterior de imersão em realidade virtual, tiveram que realizar verificações de realidade por 4 semanas usando perguntas regulares: “Estou sonhando?” Ao mesmo tempo, eles passaram por certos cenários de sonhos no simulador. A experiência de tal ambiente, de acordo com os cientistas, deveria ter fortalecido as habilidades de pensamento crítico dos participantes.

No entanto, os resultados não conseguiram corroborar o efeito hipotético. Embora o grupo de RV tenha mostrado um número muito maior de sonhos lúcidos bem-sucedidos do que o grupo passivo, seus resultados foram virtualmente idênticos aos do grupo de controle ativo. Assim, a hipótese dos autores de que o treinamento em RV pode melhorar o sucesso do treinamento em sonhos lúcidos não foi confirmada. Isso deixou os cientistas se perguntando se o cenário de simulação específico era o culpado, ou se esse treinamento simplesmente não é mais eficaz do que os métodos de indução da FASE testados e comprovados.

O estudo foi publicado na revista The Royal Society em dezembro de 2020.

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